terça-feira, 26 de abril de 2011

Usiminas não descarta construir pelotizadora no Rio



RIO - O presidente da Usiminas, Wilson Brumer, não descartou a possibilidade de construir uma pelotizadora no terreno de 850 quilômetros quadrados que a empresa vai limpar na área onde existe o passivo ambiental da Companhia Mercantil Industrial Ingá, em Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

"É natural que seja pelotizado", disse Brumer, sobre o minério produzido pela Mineração Usiminas que sairá da região de Serra Azul, em Minas Gerais, com destino ao Rio de Janeiro para exportação.
A produção de Serra Azul chegou a 10 milhões de toneladas de minério no ano passado e atingirá 29 milhões de toneladas em 2015, dos quais cerca de 20 milhões serão exportados. A Usiminas já tem uma parceria com a LLX, que exportará o minério de Serra Azul a partir de 2012 pelo Porto do Sudeste, também em Itaguaí. Brumer citou a possibilidade de uma pelotizadora como forma de agregar valor no país ao minério de Serra Azul, que tem, em média, 40% de teor de ferro.

O executivo também confirmou que "olhará com carinho" no caso de a Companhia Docas licitar a chamada área do meio, na qual poderia ser construído um porto, ao lado dos terminais da LLX/Usiminas e Petrobras/Gerdau/CSN, já garantidos.
A área da Ingá é um passivo histórico no Rio de Janeiro, com contaminação do solo com cádmio e zinco, afetando inclusive o ecossistema marinho da região. O secretário de Ambiente do Rio, Carlos Minc, lembrou que o imbróglio sobre o local começou ainda nos anos 80 e desde então afeta o ambiente local. "Tinha tanto metal pesado que, para pescar, não precisava de minhoca, bastava um ímã", brincou Minc.
A Usiminas venceu a licitação para utilizar a área de 850 quilômetros quadrados em 2008, quando pagou R$ 72 milhões. Agora, a empresa investirá outros R$ 92 milhões para isolar a região com uma manta de PVC que isolará os dejetos.

Ao mesmo tempo, vai drenar a água que está contaminada sob a montanha de zinco e cádmio, com bombeios constantes. A expectativa da companhia é que o projeto que isolará a área, com 2 milhões de toneladas de rejeitos, e impedirá novas contaminações esteja pronto em 18 meses, embora o bombeio e a limpeza da água vá continuar por 20 anos.

O secretário de Desenvolvimento do Rio de Janeiro, Julio Bueno, estima que a região de Itaguaí e Sepetiba receberá investimentos de US$ 10 bilhões até 2014, incluindo não só as operações da Usiminas e LLX, mas os portos, o estaleiro da Marinha, o arco metropolitano e a expansão da Nuclep.
(Rafael Rosas | Valor)

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