
SÃO PAULO - Com o cenário econômico do Brasil como pano de fundo, as incertezas macroeconômicas que pairam no ar e seus impactos sobre as ações listadas na Bovespa foram analisadas pelo JP Morgan em relatório. Isto porque, diante da alta da inflação, o mercado ainda aguarda as decisões que virão por parte do Banco Central. Nesse contexto, apesar de esperar forte impacto nas ações das empresas mais sensíveis à alta dos juros, os analistas do banco acreditam que boa parte dos riscos já está precificada.
A questão inflacionária no País preocupa o mercado de forma geral. O mais recente relatório Focus apontou aumento nas projeções para a inflação. O mercado já trabalha com a possibilidade de que o BC mude sua estratégia, abandonando um ciclo muito extenso de alta de juros, optando por novas medidas macroprudenciais. Esse sentimento tomou conta dos analistas após a divulgação da última Ata do Copom (Comitê de Política Monetária), onde o presidente do BC, Alexandre Tombini, sinalizou uma possível preferência pelas medidas com efeito direto no canal do crédito.
Cenário macro está no escuro
De acordo com a equipe de analistas composta por Emy Shayo Cherman, Ben Laidler, Brian P Chase e Vinay Joseph, a inflação é o grande problema para a economia brasileira, situação acentuada pelo fato de não haver sinais claros de estabilização e visibilidade no campo macroeconômico.
A falta de clareza está atrasando o retorno dos investidores ao mercado de capitais, já que ainda é difícil saber se o resultado dos ajustes irá funcionar, se mais elevações nos juros serão necessárias, ou se o Banco Central irá tolerar mais inflação, o que iria certamente atrasar a convergência das taxas de juros brasileiras às médias globais.
O clima de incerteza é ainda mais acentuado quando se considera a possibilidade de novas medidas macroprudenciais e regulações no câmbio, o que traria mais pressão para os setores sensíveis às taxas de juros. Dentro desse cenário, o JP Morgan avalia que esses setores ainda enfrentam uma série de dificuldades, sendo os setores financeiro e consumo discricionário os de pior performance nas bolsas emergentes no acumulado de 2011.
Mas riscos estão precificados
"O Brasil é o emergente que mais teve sua recomendação reduzida, mas em algumas semanas haverá mais clareza no front macro, o que permitirá ao investidor ter acesso aos riscos", afirmam os analistas. O banco de investimentos explica que os riscos são de fato reais, citando o controle de capitais, medidas macroprudenciais, nova elevação nos juros e queda no ritmo de crescimento, porém avalia que a maior parte destes já está precificada.
Estratégia e recomendações
Exposto o pano de fundo ao qual o investidor está sujeito no País, os analistas recomendam uma correção na posição de commodities, já que os países desenvolvidos estão crescendo, mas a um ritmo moderado.
A preferência do banco está nos setores mais "baratos" dentre aqueles que são mais sensíveis a juros, como é o caso das construtoras e do setor financeiro. Ainda nesse grupo, os melhores nomes são aquelas com ações de melhor qualidade, aproveitando o bom momento da recente queda nos preços e esperando recuperação.
Para os setores mais sensíveis, porém com múltiplos mais elevados, como é o caso do varejo, a melhor estratégia é traçar posições quando a situação macroeconômica do País estiver mais clara, já que os riscos de corte de recomendação são mais acentuados nesse segmento.
Confira as recomendações do JP Morgan na América Latina:
Todas as ações receberam recomendação overweight (peso acima da média do mercado). Para os analistas, a Galp é um bom nome e deve ser beneficiada pelo pré-sal, uma vez que 90% da base de recursos da empresa vem do Brasil. Já a NII Holdings é um nome defensivo e 60% de seu Ebitda (geração operacional de caixa) vem do Brasil.
Com relação à Vale, o banco destaca seus bons fundamentos, que não devem ser afetados pelo questão da mudança na administração da empresa. Itaú Unibanco e Bradesco são boas opções no setor financeiro e PDG também aparece bem posicionada.
A Duratex é a melhor opção para garantir exposição ao setor de imobiliárias e a CCR oferece proteção à inflação, além de poder apresentar bom desempenho apoiado em novos investimentos nas concessões existentes. Por fim, no campo de ações defensivas, a preferida é a Copel, com destaque para seu lucro.
InfoMoney
A questão inflacionária no País preocupa o mercado de forma geral. O mais recente relatório Focus apontou aumento nas projeções para a inflação. O mercado já trabalha com a possibilidade de que o BC mude sua estratégia, abandonando um ciclo muito extenso de alta de juros, optando por novas medidas macroprudenciais. Esse sentimento tomou conta dos analistas após a divulgação da última Ata do Copom (Comitê de Política Monetária), onde o presidente do BC, Alexandre Tombini, sinalizou uma possível preferência pelas medidas com efeito direto no canal do crédito.
Cenário macro está no escuro
De acordo com a equipe de analistas composta por Emy Shayo Cherman, Ben Laidler, Brian P Chase e Vinay Joseph, a inflação é o grande problema para a economia brasileira, situação acentuada pelo fato de não haver sinais claros de estabilização e visibilidade no campo macroeconômico.
A falta de clareza está atrasando o retorno dos investidores ao mercado de capitais, já que ainda é difícil saber se o resultado dos ajustes irá funcionar, se mais elevações nos juros serão necessárias, ou se o Banco Central irá tolerar mais inflação, o que iria certamente atrasar a convergência das taxas de juros brasileiras às médias globais.
O clima de incerteza é ainda mais acentuado quando se considera a possibilidade de novas medidas macroprudenciais e regulações no câmbio, o que traria mais pressão para os setores sensíveis às taxas de juros. Dentro desse cenário, o JP Morgan avalia que esses setores ainda enfrentam uma série de dificuldades, sendo os setores financeiro e consumo discricionário os de pior performance nas bolsas emergentes no acumulado de 2011.
Mas riscos estão precificados
"O Brasil é o emergente que mais teve sua recomendação reduzida, mas em algumas semanas haverá mais clareza no front macro, o que permitirá ao investidor ter acesso aos riscos", afirmam os analistas. O banco de investimentos explica que os riscos são de fato reais, citando o controle de capitais, medidas macroprudenciais, nova elevação nos juros e queda no ritmo de crescimento, porém avalia que a maior parte destes já está precificada.
Estratégia e recomendações
Exposto o pano de fundo ao qual o investidor está sujeito no País, os analistas recomendam uma correção na posição de commodities, já que os países desenvolvidos estão crescendo, mas a um ritmo moderado.
A preferência do banco está nos setores mais "baratos" dentre aqueles que são mais sensíveis a juros, como é o caso das construtoras e do setor financeiro. Ainda nesse grupo, os melhores nomes são aquelas com ações de melhor qualidade, aproveitando o bom momento da recente queda nos preços e esperando recuperação.
Para os setores mais sensíveis, porém com múltiplos mais elevados, como é o caso do varejo, a melhor estratégia é traçar posições quando a situação macroeconômica do País estiver mais clara, já que os riscos de corte de recomendação são mais acentuados nesse segmento.
Confira as recomendações do JP Morgan na América Latina:
Empresa | Código | Preço-alvo | Upside* |
---|---|---|---|
Vale1 | VALE | US$ 41,50 | - |
Duratex | DTEX3 | R$ 20,00 | 19,0% |
Itaú Unibanco | ITUB4 | R$ 51,00 | +38,5% |
Bradesco | BBDC4 | R$ 43,00 | +36,6% |
PDG Realty | PDGR3 | R$ 14,00 | +52,3% |
Lojas Renner | LREN3 | R$ 62,00 | +17,9% |
CCR | CCRO3 | R$ 52,00 | +11,9% |
Copel | CPLE6 | R$ 50,00 | +14,4% |
Galp2 | GALP | - | - |
NII Holdings3 | NIHD | - | |
*Potencial de valorização com base no fechamento de 28 de março 1 Recomendação referente ao ADR (American Depositary Receipt) 2 Empresa portuguesa, ação não negociada na Bovespa 3 Fundo americano, ação não negociada na Bovespa |
Com relação à Vale, o banco destaca seus bons fundamentos, que não devem ser afetados pelo questão da mudança na administração da empresa. Itaú Unibanco e Bradesco são boas opções no setor financeiro e PDG também aparece bem posicionada.
A Duratex é a melhor opção para garantir exposição ao setor de imobiliárias e a CCR oferece proteção à inflação, além de poder apresentar bom desempenho apoiado em novos investimentos nas concessões existentes. Por fim, no campo de ações defensivas, a preferida é a Copel, com destaque para seu lucro.
InfoMoney
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