sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Grupo de Benjamin Steinbruch tem agora 5,03% das ações ordinárias e 4,99% das preferenciais da siderúrgica mineira


A CSN aumentou sua participação acionária na concorrente Usiminas. Em fato relevante enviado ontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa informou que passou a deter, direta e indiretamente, 5,03% das ações ordinárias (com direito a voto) da Usiminas. Recentemente, a CSN já havia informado deter 4,99% das ações preferenciais (sem direito a voto) da siderúrgica mineira.

Clayton de Souza/AE 24/4/2009
Clayton de Souza/AE 24/4/2009

Controle. Camargo Corrêa, Votorantim e Nippon Steel estão entre acionistas da Usiminas

Para analistas, a estratégia da CSN, presidida por Benjamin Steinbruch, poderia significar mais que um simples investimento de caixa - que, no terceiro trimestre, era de R$ 11,5 bilhões -, no momento em que as ações da rival estão perto do patamar mínimo em um ano.

"Nossa opinião é que isso não é uma movimentação para usar o caixa de maneira mais eficiente. Essa movimentação indica que tem alguma coisa por trás, seja visar uma união com a Usiminas no futuro, seja entrar no bloco de controle da companhia", afirmou a analista Daniella Maia, da corretora Ativa.
Mas, na avaliação do analista Pedro Galdi, da corretora SLW, o acordo de acionistas da Usiminas - que prevê direito de preferência em caso de venda na participação de algum dos controladores - tornaria mais difícil eventual interesse da CSN em ingressar no controle da rival.

O bloco de controle da Usiminas é formado por Camargo Corrêa e Votorantim (que, juntas, detêm 26% das ações ordinárias), pela japonesa Nippon Steel (com 27,8% das ordinárias) e pela Caixa dos Empregados da Usiminas (10,1% das ordinárias).


"A Usiminas tem um acordo de acionistas, mas, se um deles sair do controle, entendo que a Nippon compraria rapidinho. A siderurgia no Brasil passa por um momento interessante. A Nippon vende tecnologia para a Usiminas e compra placa a preço bom. Além disso, a Usiminas vai crescer em minério, não vejo a Nippon se desfazendo da participação. É um ativo interessante para a Nippon", disse Galdi. "Pode acontecer de Camargo e Votorantim venderem, mas não vejo a Nippon saindo, não."
De acordo com o comunicado da CSN, "a companhia não objetiva, no momento, adquirir participações superiores a 10% de cada uma das classes de ações da Usiminas". Porém, a empresa disse também que "está avaliando alternativas estratégicas com relação a seu investimento na Usiminas, incluindo possíveis aquisições adicionais de ações superiores aos valores mencionados."

"Eventuais aquisições adicionais poderiam levar a alterações na composição do controle ou na estrutura administrativa da Usiminas", acrescentou a CSN, sem informar o valor das operações de compra das ações da rival. Procurada, a CSN não fez comentários adicionais.

Controle. No terceiro trimestre do ano passado surgiram rumores no mercado de que dois importantes acionistas da Usiminas - Camargo Corrêa e Votorantim - estariam avaliando se desfazer das ações da siderúrgica.
Na época, o banco BTG Pactual afirmou, em relatório, que a eventual saída da Camargo Corrêa e da Votorantim levaria a mudanças na estrutura societária da Usiminas e, eventualmente, a uma possível fusão com uma concorrente local.

Procuradas, Camargo Corrêa e Votorantim não comentaram o assunto. A Usiminas disse, em nota, que "não comenta investimentos de terceiros na empresa." O presidente do conselho de administração da Camargo Corrêa, Vitor Hallack, afirmou no final de novembro, durante um evento promovido pela Reuters, que considerava como "adequada" a participação detida pelo grupo na Usiminas. / REUTERS


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