terça-feira, 10 de maio de 2011

Mudança na política comercial da Hypermarcas não agrada analistas do Citi



SÃO PAULO - Os analistas do Citigroup não receberam bem a mudança na política comercial da Hypermarcas (HYPE3), que já trouxe impactos negativos no resultado da companhia no primeiro trimestre deste ano e foi o principal assunto da teleconferência promovida pela empresa na última segunda-feira (9).
A recomendação para os papéis da empresa segue como compra, e o preço-alvo foi mantido em R$ 27,00, valor que representa um upside (potencial teórico de valorização) de 49,01% em relação a cotação do último fechamento.
Para os analitas Carlos Albano e Marcio Kawasaki, os números reportados pela companhia são muito fracos e abaixo das expectativas, principalmente por conta da importante mudança na política comercial da empresa. Tal mudança traz um novo risco para a tese de investimento, e as ações da Hypermarcas provavelmente devem ficar pressionadas no curto prazo.

Efeitos da mudança na política comercialA partir da teleconferência sobre os resultados da Hypermarcas, os analistas ficaram com uma visão “ligeiramente mais negativa” das perspectivas de curto prazo da empresa. Isso porque a dupla acredita que a nova política comercial da empresa deverá impactar negativamente os resultados da companhia ao longo dos próximos trimestres, com redução das taxas de crescimento orgânico.
Embora os analistas concordem com a empresa na percepção de que essa queda deve ser compensada pelas margens maiores, eles não estão certos se tais margens conseguirão contrabalancear o crescimento menor de maneira integral. Além disso, a nova política também traz os já citados riscos para a tese de investimento da companhia.
Por fim, outro impacto negativo desta mudança na política comercial da Hypermarcas estaria na percepção dos investidores sobre a companhia. “Uma grande mudança na estratégia da companhia sem qualquer aviso prévio para o mercado, também afetou a visão dos investidores sobre a empresa”, afirmam os analistas.


Tendência?A dupla destaca que a Hypermarcas atribuiu essa mudança na sua política comercial - com menores prazos de pagamentos e menos descontos para os clientes - a uma perspectiva macroeconômica mais restrita, com objetivo de obter um melhor equilíbrio entre crescimento e lucratividade.
Com a mudança, os analistas avaliam que no primeiro trimestre deste ano os grandes distribuidores de alimentos e medicamentos optaram por consumir seus estoques ao invés de realizar novas compras, fato que está por trás do fraco desempenho da empresa no período citado. “Nós não achamos que isso deverá ser uma tendência”, afirma a dupla.

Visão alternativaOs analistas do Citi oferecem uma visão alternativa para essa nova política da Hypermarcas, com a empresa tendo uma visão mais forte de suas marcas. Desta forma, após todos os investimentos em mídia e com o atual posicionamento nos pontos de venda, as marcas da empresa estariam fortes o suficiente para que os grandes distribuidores necessitem comprar os produtos da Hypermarcas.
Nesse caso, com a demanda dos clientes por conta da força das marcas, e dependendo da resposta dos grandes distribuidores, os analistas avaliam que a taxa de crescimento poderá ser a mesma que no passado, mas a com um aumento da rentabilidade ao longo do tempo.

Infomoney

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