SÃO PAULO - Depois de um início de pregão promissor, com um movimento de caça às pechinchas, a Bolsa de Valores de São Paulo sucumbiu à piora externa e terminou seu quarto pregão seguido no vermelho. Os papéis da Vale mostraram resistência e subiram, mas os ganhos foram insuficientes para segurar o índice Bovespa no azul. Em boa parte da sessão, entretanto, as perdas foram limitadas por esses papéis, enquanto Petrobras jogava contra ao cair, seguindo a queda de quase 9% do preço do petróleo no mercado futuro.
O Ibovespa terminou o pregão em baixa de 0,33%, aos 63.407,01 pontos, o menor nível desde 19 de julho de 2010 (63.297,04 pontos). Na mínima, registrou 62.973 pontos (-1,01%) e, na máxima, os 64.268 pontos (+1,03%). No mês, acumula perda de 4,12% e, no ano a queda chega a 8,51%. O giro financeiro totalizou R$ 7,181 bilhões. Os dados são preliminares.
A queda acumulada de 3,81% do Ibovespa em maio, até ontem, parecia bastante atrativo no começo do dia hoje para os investidores promoverem compras de ocasião, mas essa análise deixou de ser válida à tarde, quando as Bolsas norte-americanas pioraram. Os dados de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA jogaram contra as expectativas para o nível de emprego (payroll) a ser divulgado amanhã, reforçando o sinal amarelo lançado ontem com os números do setor privado da ADP.
Foi registrado aumento de 43 mil pedidos de auxílio-desemprego nos EUA na semana passada, para 474 mil, ante previsão de queda de 19 mil. A produtividade da mão de obra teve desaceleração no primeiro trimestre, com alta anualizada de 1,6% ante crescimento de 2,9% no quarto trimestre de 2010. O número da semana anterior foi revisado em leve alta para 431 mil, dos 429 mil informados anteriormente. O índice Dow Jones perdeu 1,10%, aos 12.584,17 pontos, o S&P-500 recuou 0,91%, aos 1.335,10 pontos, e Nasdaq terminou em baixa de 0,48%, aos 2.814,72 pontos.
A queda de preço das commodities (matérias-primas negociadas em bolsa) foi outro ponto levado em consideração para as ordens de vendas hoje na Bolsa brasileira, com a crescente percepção de que os preços chegaram a níveis elevados que podem coibir a demanda. O petróleo despencou 8,64% num só dia, a US$ 99,80 o barril negociado na Bolsa Mercantil de Nova York, o menor preço de fechamento desde 16 de março e a maior queda em termos porcentuais desde 20 de abril de 2009.
Petrobras sentiu o baque e caiu, 2,72% na ações ON e 3,36% na ação PN. Vale, no entanto, fechou na contramão dos preços dos metais, diante da expectativa de divulgação de um balanço robusto do primeiro trimestre, hoje à noite. Vale ON subiu 1,26% e Vale PNA ganhou 1,39%.
CLAUDIA VIOLANTE - Agencia Estado
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