Roberto Padovani
Há uma avaliação quase consensual entre analistas que a forte alta recente dos preços das commodities se deve a fatores climáticos, ao crescimento global e aos baixos estoques. Estes fatores são inegáveis. Mas há um fator financeiro que pode ser crucial nas análises. Com o forte afrouxamento monetário nos Estados Unidos, em particular o relaxamente quantitativo, melhoraram as expectativas de crescimento mas, e principalmente, a elevada liquidez implicou um dólar fraco e forte pressao nas commoditties. Não por coincidência, a disparada das comomodities teve início em setembro de 2010, justamente o mês em que foram anunciadas as medidas monetárias nos Estados Unidos.
Este diagnótico é relevante. Caso o FED reavalie sua estrategia de política, como parecer ser o caso na maior parte dos países desenvolvidos, a liquidez tende a reduzir, fortalecendo o dólar e, como consequência, conduzindo a uma queda dos preços de commodities. Como qualquer outro ativo financeiro, as commodities tendem a mostrar alguma realização.
A implicação prática desta avaliação está na condução da política monetária. Não apenas no Brasil, mas em grande parte dos países, a dinâmica inflacionária vem sendo dominada pelo comportamento das commodities. Em um cenário de queda de preços, enorme pressão será retirada dos bancos centrais.
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