Rio, 28 - Cotado como um dos principais candidatos à sucessão de Roger Agnelli na
presidência da Vale, o diretor de Operações de Metais Básicos, Tito Botelho Martins, que
administra, no Canadá, a operação da subsidiária Vale Inco, chegou neste fim de semana ao
País e está hoje na sede da empresa, no Rio, em reuniões com Agnelli. Segundo uma fonte
ouvida pela Agência Estado, o executivo, que passou a integrar a diretoria da mineradora em
2006, a convite de Agnelli, teria ficado em situação desconfortável diante dos intensos
rumores sobre uma eventual indicação para o cargo de presidente da companhia.
O nome de José Carlos Martins, diretor de Marketing, Vendas e Estratégia, há sete anos na
diretoria, teria a preferência de alguns acionistas, segundo apurou a Agência Estado, mas
questões pessoais podem afastá-lo da disputa. Simultaneamente ao afastamento de Agnelli,
outras mudanças na diretoria devem ocorrer na reformulação promovida pelos acionistas.
Uma das mais prováveis, ainda segundo fontes, é a saída de Carla Grasso. A executiva é a
única integrante da diretoria que ingressou junto com Agnelli, em 2001. Tida como uma
ligação da empresa com o PSDB, ela iniciou carreira na Vale em 1997, logo após a
privatização. Antes, ocupara o cargo de titular da Secretaria de Previdência Complementar, no
governo Fernando Henrique Cardoso. Foi também casada com o ex-ministro da Educação
Paulo Renato.
Na próxima quinta-feira, o conselho de administração da Vale se reúne na sede da empresa.
Normalmente, Agnelli participa de todas as reuniões do conselho para informar aos
representantes dos acionistas as estratégias da mineradora.
Neste momento, os representantes dos principais acionistas - Previ, BNDES, Bradespar,
Mitsui e Elétron (Opportunity) estão reunidos preparando os temas a serem questionados no
encontro de quinta-feira. Pela manhã, os fundos de pensão, que, liderados pela Previ, estão
no bloco de controle da mineradora, fizeram uma reunião prévia. Mas, segundo fontes, a troca
de Agnelli não teria entrado em pauta.
Além da mudança no comando da Vale, com a esperada saída de Agnelli, o conselho de
administração da empresa também passará em abril por uma reformulação. Mês que vem
expira o mandato de alguns conselheiros e a Previ, maior acionista individual, pretende indicar
para uma das cadeiras Nelson Barbosa, atual secretário executivo do Ministério da Fazenda e
que ocupa a presidência do conselho de administração do Banco do Brasil.
Além de Barbosa, o fundo de pensão pretende indicar ainda o nome de Robson Rocha, atual
presidente do conselho deliberativo da Previ. Os dois executivos vão entrar nos lugares de
Jorge Luiz Pacheco e Sandro Kohler Marcondes.
Como principal acionista da mineradora, a Previ tem quatro vagas no conselho de
administração. Já Ricardo Flores, presidente da Previ, deve permanecer no comando do
conselho da Vale, assim como o diretor da fundação, Ricardo Sasseron, que terá seu mandato
renovado como representante da entidade na mineradora.
Agência Estado
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