São Paulo, 4 de fevereiro de 2011 - Depois de abrir em queda o Ibovespa,
principal índice da BM&FBOVESPA, acelerou as perdas e há pouco caía 1,71% a
65.625 pontos, enquanto o futuro, com vencimento em fevereiro, recuava 1,72% a
65.685 pontos. O volume de negócios chegava, há pouco, a R$ 2,6 bilhões.
Analistas consultados pela Agência acreditam que há um impacto do mercado
externo nesse cenário, mas o principal motivo da queda do índice está no
temor de medidas macroeconômicas por parte do Banco Central que limitem o
investimento estrangeiro no País.
O economista-chefe da Sul América, Newton Rosa, acredita que o indicador
para a taxa de desemprego, divulgado nos Estados Unidos, teve um papel na queda
do Ibovespa, embora os índices americanos comecem a subir. "Era o driver da
semana e como veio frustrante acabou afetando o resultado de hoje", diz.
Em janeiro, segundo a Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, a taxa
de desemprego do País teve queda de 9%. Além disso, foram criados 36 mil
postos de trabalho na economia norte-americana (sem contar os empregos na área
rural), depois da abertura de 121 mil vagas em dezembro (dado revisado).
Analistas projetavam a criação de 148 mil vagas após os dados
inicialmente reportados para dezembro terem mostrado a abertura de 103 mil
postos de trabalho. A estimativa para a taxa de desemprego era de que subisse
para 9,5% em janeiro.
O gestor de carteira da Geraldo Correa Corretora de Valores, Sandro Augusto
Silva Fernandes, concorda com o impacto do indicador norte-americano mas
ressalta que o índice da bolsa brasileiro está caindo muito mais do que os
índices norte-americanos, o que leva a crer que há um fator interno também
pressionando o Ibovespa.
"Há aqui o medo de o governo tributar o dinheiro do estrangeiro na Bolsa.
Enquanto o governo não se manifestar quanto a isso, ainda teremos esse
cenário", explica Fernandes.
Outro aspecto que continua pressionando as perdas do Ibovespa é a
expectativa de que o governo continue aumentando o juros para conter o consumo.
Isso está afetando principalmente o setor de consumo e construção que tinham,
há pouco, desvalorização em quase todos os papéis.
No setor de consumo, a maior perda vinha das ações ordinárias da Marfrig
(MRFG3) que desvalorizavam 3,12% a R$ 13,35 e no setor de construção das
ordinárias da MRV (MRVE3) que tinha perdas de 5,05% a R$ 13,72 e também eram a
maior queda do Ibovespa.
No cenário de notícias corporativas, o grupo Fleury adquiriu 100% das
cotas da empresa Diagnoson Ultrasonografia e Densitometria Óssea S/S Ltda por
um total de R$ 53,2 milhões. Além disso, o grupo assumirá uma dívida de R$
2,9 milhões referentes a investimentos colocados em operação após o período
de levantamento do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e
amortização) normalizado.
Os sócios permanecerão na operação e poderão receber valor adicional de
até R$ 8,0 milhões condicionado ao alcance de metas de receita líquida e
margem operacional no período entre 2011 a 2013. Consequentemente, o valor
adicional poderá alcançar até 0,7 vezes o Ebitda previsto.
Ainda, em audioconfêrencia com analistas, Washington Cristiano Kato, diretor
econômico-financeiro e de Relações com Investidores da Santos Brasil
informou hoje que a empresa bateu recorde na operação de contêneires nos
terminais portuários. Durante o ano passado, a companhia movimentou 938.924
contêineres em todos os terminais, um aumento de 30,2%em comparação ao ano de
2009.
O aumento nas importações foi o principal propulsor do movimento. "No
quarto trimestre, as importações representaram 53% das operações de longo
curso nos nossos terminais. Elas foram o driver do crescimento em 2010",
explicou.
No setor de energia, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão declarou
nesta manhã que uma falha no sistema de proteção da subestação de São Luiz
Gonzaga (PE) foi a provável causa do apagão que atingiu sete estados do
Nordeste na madrugada desta sexta-feira. De acordo com o ministro, não é
possível determinar, porém, se esta é realmente a causa do desligamento de
energia que atingiu a região.
Segundo o ministro a falha no sistema ocorreu por volta de 00h08, quando
ocorreu o desligamento da subestação de São Luiz Gonzaga. Com a tentativa de
religamento manual da subestação o sistema entendeu o ato como uma
anormalidade e desligou automaticamente uma série de subestações, o que
provocou o apagão. "Na tentativa de religar o sistema da subestação de São
Luiz Gonzaga o sistema todo se autodesligou", explicou Lobão.
Antes do apagão, informou o ministro, a região recebia uma carga de
aproximadamente 8.800 megawatts, no pico do apagão a transmissão caiu para
cerca de 800 MW.
Mercados internacionais
Nos Estados Unidos, os índices operam em campo positivo Há pouco, o Dow
Jones tinha leva alta de 0,04%, a 12.066,80 pontos, o S&P 500 subia 0,05%, a
1.307,78 pontos, enquanto o Nasdaq Composto tinha alta de 0,23%, a 2.760,36
pontos.
Na Europa, os índices também operavam em alta, com exceção do Ibex-35, de
Madri, que recuava 0,19%, a 10.839,00 pontos. Por outro lado, o DAX-30,
de Frankfurt, registrava alta de 0,16%, a 7.205,61 pontos, o SMI-20, de
Zurique tinha valorização de 0,39%, a 6.570,54 pontos, e o FTSE-100, de
Londres, subia 0,39%, a 6.007,26 pontos. Já o CAC-40, de Paris, valorizava
0,24%, a 4.046,44 ponto.
No mercado de petróleo os contratos caminhavam entre os campos positivo e
negativo. O WTI com vencimento em março, negociado em Nova York, operava, há
pouco, com alta de 0,01% a US$ 90,55. Em Londres, o Brent para o mesmo mês
registrava desvalorização de 0,25%, a US$ 101,50.
Câmbio
Após a realização de um leilão de câmbio pelo Banco Central (BC), com
taxa de corte de R$ 1,6698 e liquidação para o dia 7 deste mês, o dólar
comercial operava em alta de 0,29%, a R$ 1,673, enquanto o dólar futuro, com
vencimento em março, ganhava 0,23%, a R$ 1.682,50.
O Banco Central realizou mais uma operação de swap cambial reverso onde
foram vendidos 14.280 dos 20 mil contratos ofertados, o que corresponde a um
financeiro de aproximadamente US$ 706,7 milhões.
Foram vendidos 4.080 dos 6 mil contratos ofertados com vencimento em
01/04/2011. A cotação máxima ficou em 99,7183, com taxa nominal de 1,8895% e
linear de 1,919%. O volume financeiro foi de US$ 203.425.332.
Do lote de 7 mil contratos ofertados com vencimento em 01/07/2011, foram
vendidos 4.700. A cotação máxima ficou em 99,2457, com taxa nominal de
1,9018% e linear de 1,900%. O volume financeiro atingiu US$ 233.227.395.
O BC também vendeu 5.500 dos 7 mil contratos ofertados com vencimento em
02/01/2012. A cotação máxima ficou em 98,1968, com taxa nominal de 2,0258% e
linear de 2,009%. O volume financeiro chegou a US$ 270.041.200.
Juros
Mais negociado até o momento, com giro de R$ 9,860 bilhões, o contrato com
vencimento em janeiro de 2013, operava em alta e passava de 12,84% para 12,88%.
Com o segundo maior volume, está o DI para janeiro de 2012, com volume de R$
5,603 bilhões, e com alta, passando de 12,37% para 12,40%
Fabiana Lopes / Agência Leia
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