segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Venda de material de construção cresce 10% em 2010


Já a indústria prevê que mercado seguirá em alta e deverá faturar R$ 175 bilhões em 2016, um aumento de 60% em seis anos  

    Lilian Primi, de O Estado de S. Paulo
    SÃO PAULO - As vendas de materiais de construção no varejo fecharam 2010 com crescimento de 10% segundo dados da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco). A indústria também fechou as contas de 2010 e chegou a um faturamento de R$ 109 bilhões, o que representa crescimento de 12% ante 2009, segundo dados da Associação Brasileira de Materiais de Construção (Abramat).
    "Nossa expectativa é de que vamos continuar crescendo este ano, a taxa de 8%. Considerando que continuamos tendo um déficit habitacional importante, o crescimento vegetativo da população e o aumento real de poder aquisitivo, acreditamos que o setor se mantenha nesse ritmo até 2016", prevê o presidente da Abramat, Melvin Fox.
    As projeções da indústria indicam que o faturamento desse segmento chegue a R$ 175 bilhões em 2016, uma elevação de 60% em seis anos.


    Inversão
    O aquecimento e a criação efetiva de um mercado imobiliário no Brasil, segundo estudos realizados pela Fundação Getúlio Vargas Projetos para o Sindicato da Construção de São Paulo (SindusCon-SP), foi além de simplesmente aumentar os ganhos. "Há um movimento grande de formalização das empresas, o que significa mais empregos formais e uma inversão na participação das construtoras no mercado, que hoje já é de 60% do PIB do setor", diz a coordenadora de projeto da FGV, Ana Maria Castelo.
    Historicamente, o consumo formiguinha, feito pelas famílias, é responsável por mais da metade das vendas de materiais. Estudo da Abramat (Perfil da Cadeia Produtiva da Construção e da Indústria de Materiais e Equipamentos) mostra que as famílias foram responsáveis por 49% das vendas de materiais de construção, contra 35% das construtoras e 16% da indústria em 2009. Em 2010, esse rateio pouco mudou, apesar do aumento na participado PIB do setor, que é 13,5% do PIB nacional. "No consumo, tudo continua como antes", garante o presidente da Anamaco, Claudio Conz.
    "Usando o PIB como referência isso pode ter acontecido, em função da alta valorização dos imóveis. Do ponto de vista do consumo, no entanto, o das construtoras ainda está muito menor do que o das famílias", diz. Segundo Conz, 90% das construtoras são de pequeno e médio porte, que também compram no varejo. "Acredito que a sinalização da Abramat está mais próxima da realidade. O consumo formiguinha ainda é maior", garante.
    Futuro
    Para Conz, a melhora da participação das construtoras só vai se refletir no consumo neste primeiro semestre. "As compras para o Minha Casa, Minha Vida só vão ocorrer de forma mais intensa agora. Aí talvez mude, mas não acredito que vá inverter o quadro", diz Conz.
    "A primeira coisa que acontece quando uma família tem aumento de poder de compra é arrumar a casa. O consumo de materiais de construção pelas famílias também vai crescer muito este ano", pondera Fox. O crescimento esperado pelo SindusCon-SP para este ano é de 6%.

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