São Paulo, 17 de janeiro de 2011 - Depois de uma sexta-feira em que o
Ibovespa se recuperou em função de diversos indicadores, hoje a agenda é
vazia, mas, por outro lado, é marcada pelo cenário de vencimento de opções,
o que poderá trazer certa volatilidade ao mercado, segundo analistas
consultados pela Agência Leia.
Segundo o economista da SLW, Pedro Galdi, a briga entre comprados e vendidos
deve se intensificar até a hora do vencimento, tornando o pregão mais
imprevisível. O sócio da M2 Investimentos, Bruno Lembi, acredita que, apesar
do embate entre comprados e vendidos, os primeiros é quem devem levar vantagem
na disputa, como demonstrado com a alta de sexta-feira.
Para a economista da AGK Corretora, Miriam Tavares, nesta semana os dados da
China podem causar forte impacto nos mercado. As projeções, segundo ela,
apontam uma forte dinâmica de crescimento no ano passado, sendo a produção
industrial e as vendas ao varejo dois indicadores importantes das exportações
e do consumo interno do País, respectivamente. No cenário doméstico, Miriam
acredita que nesta semana a atenção deve se concentrar na decisão Copom.
No que se refere à divulgação de indicadores de hoje, não há nada
previsto na Europa e nos Estados Unidos. O mercado norte-americano não opera
hoje em função do feriado "Martin Luther King Day".
O único indicador internacioanal de hoje veio do Japão, onde o Instituto
de Pesquisa Social Econômica do Gabinete Oficial do governo japonês (Cabinet
Office) informou que o índice de confiança do consumidor japonês recuou para
40,1 pontos em dezembro, após ter registrado 40,4 pontos em novembro.
Já no Brasil, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que o Indice de
Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acelerou 1,06% na segunda quadrissemana de
janeiro, alta de 0,14 ponto percentual ante a taxa de 0,92% registrada na
última divulgação.
A FGV também divulgou que o Indice Geral de Preços - 10 (IGP-10)
desacelerou para 0,47%, em janeiro, ante a taxa de 1,27% apurada em dezembro. O
resultado veio bem próximo ao previsto pelo mercado que estimava
desaceleração do índice para 0,50% em janeiro, segundo a mediana das
projeções do Termômetro Leia, pesquisa feita pela Agência Leia com
instituições financeiras para os principais indicadores econômicos do País.
Pelo conceito de mediana, 50% das projeções estão acima de 0,50% e 50%,
abaixo. As estimativas variam entre inflação de 0,27% e de 0,78%. A média das
expectativas aponta alta de 0,49%.
Há pouco também, o Banco Central informou que os economistas ouvidos
para o Boletim Focus desta semana mantiveram a expectativa da taxa
básica de juros (Selic) para janeiro em 11,25%, pela sexta semana consecutiva.
O resultado será conhecido na quarta-feira, após o fechamento dos mercados,
já que começa amanhã, a primeira reunião do ano do Comitê de Política
Monetária (Copom) que irá decidir qual será a Selic que valerá até, pelo
menos, a segunda reunião que ocorrerá em março.
Para dezembro de 2011, o mercado também manteve a expectativa da Selic,
ficando em 12,25%. Já para 2012 a projeção subiu, passando de 10,75% para
11%.
Na inflação, a estimativa para o Indice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) para os próximos 12 meses foi elevada de 5,35% para 5,47%. Para
2011, a projeção também foi revisada para cima, avançando de 5,34% para
5,42%. Para 2012, a estimativa para o IPCA foi mantida em 4,50%.
A expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2011
permaneceu em 4,50%, mesma projeção da semana anterior. Para 2012, a
estimativa do Focus para o crescimento do PIB também foi mantida em 4,50%.
Já no cenário de notícias corporativas, a Cremer informou na noite de
sexta-feira, por meio de comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), que assinou um Instrumento de Opção de Subscrição de Ações com a
Targa, na qual a companhia emitirá em favor da Cremer um Bônus de Subscrição
de Ações que lhe assegurará, entre outros direitos, a opção de subscrever
e integralizar ações representativas de pelo menos 20% e não mais do que 40%
do capital social da Targa após a subscrição.
Segundo a Cremer, o bônus de subscrição irá avaliar a Targa em 5 vezes o
ebtida (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) dos
últimos 12 meses e poderá ser exercido entre 2014 e 2017.
A companhia informou ainda que, na mesma data, celebrou um aditivo ao
contrato de comercialização de "luvas de procedimento" firmado em outubro de
2009 com a Targa, proprietária da marca Lemgruber, prorrogando o contrato até
2017, pelo valor de R$ 20 milhões.
No setor de tecnologia, a Tivit Terceirização de Processos, Serviços e
Tecnologia S.A. informou que, na sexta-feira recebeu o comunicado da Comissão
de Valores Mobiliários (CVM) promovendo o cancelamento de seu registro de
companhia aberta. Em virtude disso, no último dia 14 as ações da companhia
deixaram de ser listadas para negociação na BM&FBOVESPA.
No setor de construção, a Even Construtora e Incorporadora divulgou ontem
a prévia de seus dados operacionais do quarto trimestre e do ano fechado de
2010. No ano passado, os lançamentos da companhia totalizaram um valor geral de
vendas (VGV) de R$ 1,528 bilhão, dos quais 74% foram projetos com unidades de
até R$ 500 mil, foco da companhia. Apenas no quarto trimestre, foram lançados
oito empreendimentos que totalizaram R$ 246,3 milhões. A companhia não
informou
as varições em relação ao resultado de 2009.
No trimestre, as vendas contratadas atingiram R$ 430,3 milhões, sendo R$
125,6 milhões (29%) de lançamentos do trimestre e o restante, R$ 304,6
milhões (71%), de estoque, acumulando R$ 2,058 bilhões de vendas no ano. Com
isso, as Vendas Sobre Oferta (VSO) da Even no trimestre foi de 33% e de 72% no
ano.
No mesmo setor, a Inpar informou há pouco que em 2010, seus 30 lançamentos
atingiram um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 802,1 milhões, expressiva alta
de 464,5% em relação ao ano de 2009. No quarto trimestre do ano passado o VGV
dos 13 lançamentos atingiu um total de R$ 342,8 milhões. As informações são
preliminares.
Já as vendas contratadas da Inpar em 2010 atingiram R$ 788,9 milhões. No
que se refere ao quarto trimestre de 2010, a companhia atingiu um total de
R$ 269,2 milhões, um crescimento de 16,7% em relação ao terceiro trimestre.
Mercados internacionais
Os índices futuros das bolsas norte-americanas, todos com vencimento em
março de 2011, operam em campo negativo. Há pouco, o S&P registrava perdas de
0,22% a 1.286,50. O Dow Jones futuro tinha queda de 0,12, a 11.710 pontos,
enquanto o Nasdaq 100 tinha desvalorização de 0,14%, a 2.316,75 pontos.
Na Europa, os principais índices também operam no campo negativo, com
exceção do FTSE 100 de Londres registrava alta de 0,01%, a 6.002,97. O CAC-40,
da Bolsa de Paris, por outro lado, apresentava perdas de 0,20%, a 3.975,01
pontos, enquanto o DAX-30, de Frankfurt tinha perdas de 0,22% a 7.059,8 pontos.
Os índices das principais bolsas asiáticas encerraram o primeiro pregão da
semana em campo negativo. A exceção ficou para o índice Nikkei 225, o
principal da bolsa de valores de Tóquio, que fechou o dia com valorização de
0,04%, a 10.502,86 pontos. Já o Hang Seng, de Hong Kong, fechou com recuo de
0,52%, a 24.156,97 pontos. Na mesma tendência, o Kospi, de Seul, retraiu 0,39%,
a 2.009,85 pontos, e o Xangai Composto, de Xangai, caiu 3,03%, a 2.706,66
pontos.
Petróleo
Os contratos futuros do petróleo operavam no campo negativo. Há pouco, o
WTI para fevereiro de 2011, negociado em Nova York, tinha queda de 0,29%, a US$
91,27 o barril. Já em Londres, o Brent, para o mesmo mês, operava em queda de
0,32%, a US$ 98,06 o barril.
Câmbio
O dólar iniciou suas operações em baixa. Há pouco caía 0,17%, a R$
1,6820. E o futuro, com vencimento para fevereiro, caía 0,29%, a R$ 1.687,000.
Juros
No mercado de juros futuros da BM&FBOVESPA, os contratos com vencimento para
janeiro de 2012 registravam alta, passando de 12,37% para 12,38%. Os contratos
com vencimento em janeiro de 2013 operavam em queda, passando de 12,69% para
12,68%.
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