As empresas de construção fecharam o ano passado com 2,8 milhões de trabalhadores com carteira, um crescimento de 13% em relação a dezembro de 2009
A produção de materiais de construção teve alta de 11,9% em 2010, resultado que levou à superação do desempenho recorde observado em 2008.
Conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), o consumo de cimento atingiu a marca de 59,6 milhões de toneladas, um aumento de 14,9% na comparação com 2009. O valor também estabelece novo recorde histórico de consumo no país.
"Os números consolidados de 2010 mostraram que a cadeia da construção fechou o ano com resultados excepcionais em decorrência direta da expansão do crédito que impulsionou de forma significativa o segmento imobiliário e de infraestrutura", afirma a Abramat em comunicado.
Contudo, a associação afirma que houve descompasso entre produção da indústria e vendas do comércio causada pela perda de competitividade por conta do câmbio valorizado e custos internos elevados.
Outro aspecto está relacionado à dificuldade no recrutamento de trabalhadores mais qualificados, o que promoveu uma intensificação dos esforços na direção de elevar a produtividade do setor.
Vendas
As vendas da indústria de materiais para o mercado interno totalizaram R$ 103,8 bilhões, o que significou uma alta de 12,1% acima da inflação do setor em relação a 2009. As vendas de materiais de construção no comércio varejista mostraram desempenho superior ao da indústria, com aumento real de 16,3% na comparação com 2009.
O número de empregados na indústria de materiais chegou a 736 mil em dezembro, um aumento de 8,2% em relação a 2009. As empresas de construção fecharam o ano passado com 2,8 milhões de trabalhadores com carteira, um crescimento de 13% em relação a dezembro de 2009.
Perspectivas
As projeções de crescimento da economia brasileira em 2011 foram revistas para baixo. Isso porque dois fatores novos no cenário internacional: a crise japonesa - provocada pela combinação de terremoto, seguido de tsunami e crise nuclear — e o aumento do preço do petróleo alteraram sensivelmente as perspectivas. Esses fatores somados aos efeitos do aumento interno dos juros e ao corte no orçamento farão o ritmo de expansão das atividades na economia brasileira reduzir de forma expressiva em 2011.
Ao final de 2010, o crescimento esperado para 2011 era de 5% em termos reais. Os novos fatos levam a uma revisão dessa projeção para 3,3% em 2011.
"Os efeitos desses fatores, contudo, não serão tão prejudiciais para o setor da construção; eles são mais expressivos em outras cadeias produtivas. Além disso, os recursos para o crédito habitacional estão garantidos e a expectativa de investir continua elevada", explica a associação.
A expectativa é de crescimento de 7,5% a 8% na cadeia da construção civil em 2011.
Brasil Econômico
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