segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Petrobras - Reservas provadas de 2010 animam o mercado

DENISE LUNA - REUTERS
RIO DE JANEIRO - As reservas incorporadas pela Petrobras em 2010 agradaram ao mercado e mesmo com o preço do petróleo em queda as ações da companhia operavam em alta na maior parte do pregão nesta segunda-feira, recuperando aos poucos as perdas dos últimos tempos.
Com maior ou menor entusiasmo, alguns relatórios avaliaram que os números divulgados sobre as reservas de 2010 foram positivos, e a tendência é de valorização da companhia, já que todos os indicadores dos bancos e corretoras apontam para uma continuidade do crescimento de reservas e produção.
Na sexta-feira, a Petrobras informou que as reservas provadas pelo critério SPE, uma sociedade internacional de engenheiros de petróleo, atingiram 15,283 bilhões de barris de óleo equivalente, alta de 7,5 por cento em relação a 2009. A relação reservas/produção ficou em 18,4 anos pelo mesmo critério.
Pelo critério da Securitie Exchange Comission (SEC), as reservas subiram para 12,7 bilhões de boe, alta de 5 por ento contra o ano anterior. O tempo de produção com as atuais reservas seria de 14,7 anos.
Um dos relatórios mais otimistas, divulgado pelo Merrill Lynch, destacou que o crescimento da Petrobras é bem superior ao dos seus concorrentes e que muito do que foi incorporado vem da região do pré-sal, o que projeta um forte fundamento para a companhia, visto que ainda existem grandes volumes para serem incorporados nos próximos anos.
Enquanto em 2009 a Petrobras incorporou apenas 182 milhões de boe da região pré-sal, este ano foram incorporados 1,281 bilhão de boe.
"Este é um desempenho muito forte em relação aos seus pares globais", afirmou o Merrill Lynch em relatório.
O banco lembra que em 10-15 anos a produção da Petrobras vai dobrar, com uma forte contribuição do pré-sal, e por isso mantém a recomendação de compra.
O Banif informou nesta segunda-feira que iniciou a cobertura da Petrobras, também com recomendação de compra, e com previsão de potencial de alta para ações baseada principalmente em três fatores: aumento do valor dos seus ativos; crescimento extraordinário até 2020; e alta no longo prazo para o preço do petróleo.
"Sentada sobre enormes reservas, com um agressivo plano de negócios em andamento e com uma condição financeira melhorada, a empresa está pronta para entregar grandes taxas de crescimento", afirmou o Banif em seu relatório.
A Petrobras está revisando um ousado plano de negócios de 224 bilhões de dólares em cinco anos. No ano passado, realizou com sucesso uma capitalização de 120 bilhões de reais, o que melhorou seu endividamento.
A corretora Ativa também considerou positivo o volume de reservas incorporadas pela empresa no ano passado, destacando que em 2009 a incorporação do pré-sal pesou apenas 28 por cento nas novas reservas e este ano significaram 60 por cento.
"A tendência é continuar crescendo essa representatividade, dado o volume significativo de reservas declaradas vindas do pré-sal ainda não incorporadas às reservas provadas", explicou a analista Mônica Araújo.
A corretora porém manteve a recomendação Neutra para os papéis da estatal.
PREÇO DO PETRÓLEO
Já o Itaú considerou que, apesar de positiva, a incorporação de reservas já foi antecipada no preço da ação e a empresa não vem se mostrando capaz de aproveitar o bom momento do preço do petróleo.
"Os elevados preços do petróleo não devem ser repassados para o diesel e a gasolina no mercado interno, dadas as preocupações do governo com a inflação, e essa força do preço do petróleo não é ideal para uma empresa que precisa gastar tanto com equipamentos e serviços", avaliou.
O banco destaca ainda que aguarda a revisão do plano de negócios 2011-2015 da companhia --previsto para ser divulgado no segundo trimestre-- e os planos de desenvolvimento da chamada cessão onerosa, um conjunto de áreas no pré-sal de Santos com 5 bilhões de boe em reservas que foram cedidas pelo governo em troca de ações da companhia no seu aumento de capital em 2010.
Também em relatório, o analista Nelson Matos, do BB Investimentos destacou os bons resultados obtidos no pré-sal da bacia de Campos, mesmo que em volumes menores do que em Santos. Ele lembrou que no pré-sal de Campos foi encontrado um óleo mais leve do que no pós-sal da mesma bacia, e com oportunidade de início de produção no curto prazo, já que existe infraestrutra para produção e escoamento já instalada. 

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