terça-feira, 17 de maio de 2011

EUA e China travam corrida tecnológica, focando independência do petróleo e hegemonia econômica



Mais desafiadora que as transformações econômicas no mundo é a perspectiva das novas tecnologias. Para onde está indo o mundo? Ninguém sabe

 Muito mais desafiadora que as transformações econômicas em todo o mundo, com as economias avançadas estagnadas, os países emergentes engasgados pelo crescimento acelerado e o aumento da instabilidade política em várias regiões, é a perspectiva das novas tecnologias.
 Para onde está indo o mundo? Ninguém sabe. Só se desconfia de que nada será como antes. Os sinais estão para onde quer que se olhe.
 Na geopolítica, com a corrida entre China e EUA pelo domínio da economia (até agora com vantagem dos chineses) ditando o ritmo dos mercados de moedas, commodities e ativos financeiros. E forçando a especialização de economias (como a brasileira) em fornecedoras de alimentos e matérias-primas e importadoras de manufaturados.


 Na tecnologia, com a China barrando os EUA como fabricantes por excelência de equipamentos para as novas energias de origem solar e eólica, depois de já tê-lo ultrapassado, quando não eliminado, de setores tradicionais, como o têxtil e o eletroeletrônico.
 A moeda que conta na disputa sobre a ascensão relativa da China e a decadência dos EUA não é o dólar nem nenhuma outra, mas algo que não circula pelos mercados financeiros, embora esteja a determinar o seu curso futuro, e é o que estimula a civilização desde sempre: o progresso resultante do conhecimento. É ai que se trava a grande batalha. Menos dos EUA contra a China. Mas dos EUA consigo mesmo.
 Se bem-sucedidos, voltarão a fazer do domínio tecnológico o seu instrumento de poder. Ou de dominação, segundo os críticos. Mas, se vencidos pela China, o país mais bem posicionado no cenário global, estarão como a Europa: rica, culta, influente - e insegura quanto à continuidade de seu invejável regime de bem-estar social.


 A disputa pelo poder é travada pelas idéias revolucionárias para aplicação prática. Para os EUA, trata-se de se reerguer do pântano de dívidas em que estão atolados. Para a China, a questão é de sobrevivência. Mantido o crescimento das duas últimas décadas, da ordem de 9% ao ano, dificilmente haverá oferta abundante e a custo acessível para alimentar sua população e movimentar a indústria.
 Como está o Brasil em meio a esse choque de poderes? Mal, absorto com investimentos da velha onda, como o petróleo, e encantado com empresas supostamente detentores de tecnologia avançada - caso da chinesa de Taiwan Foxconn, que promete investir US$ 12 bilhões em troca de subsídios maciços.
 O que ela faz? Monta na China gadgets de terceiros, como iPhone e iPad da Apple. Não cria, junta peças seguindo manuais. Seu mérito é pagar salário vil e cobrar pouco.




Mudança de paradigma
 É preciso parar para avaliar o que está acontecendo. O veterano estrategista de Wall Street, Jeremy Grantham, admirado pela sua sabedoria, já que se safou de todos os grandes tropeços dos EUA, recomenda ação. Num ensaio recente intitulado “Tempo de Acordar”, ele afirma que os preços de todas as commodities importantes, à exceção do petróleo, declinaram nos 100 anos até 2002 à taxa média de 70%. De 2002 até agora, toda a perda foi recuperada e superada.
 Para Grantham, as commodities estão tão longe de sua tendência histórica que é muito provável que o paradigma tenha mudado - “o mais importante evento econômico desde a Revolução Industrial”.




Realistas. E sem visão
 Cientistas e visionários não têm a visibilidade dos políticos nem dos economistas pop-stars do mercado financeiro. Descobre-se o que estão fazendo quando a novidade já está madura.
 Um bom exemplo é o da internet: surgiu como uma rede militar até tornar-se aberta - e acessível a qualquer um graças a jovens alunos da Universidade de Chicago, criadores do Mosaic - software raiz da navegação da web.
 Algo assim pode estar se passando com as tecnologias competitivas ao petróleo e ao carvão, principais insumos energéticos da China e EUA. Os ditos realistas caçoam. Apostam na longa vida do petróleo.
 China e EUA parecem lhes dar razão. Estatais chinesas investem no pré-sal e o presidente Barack Obama disse em sua visita ao Brasil que os EUA querem ter relações estratégicas na área de energia.




Energia solar a US$1/W
 É só isso? Não. O petróleo cada vez mais é tratado como insumo de transição, crítico até que surjam opções viáveis. Até quando? Está acontecendo: o plano quinquenal da China prevê a geração de 235 GW de energia limpa até 2015 - 70 GW dos quais de parques eólicos, 14 vezes acima da energia garantida da mal-amada usina de Belo Monte.
 E os EUA? Já geram energia solar a US$ 1/watt, custo dos painéis fotovoltaicos à base de telúrio de cádmio, tecnologia adotada pela GE. O mundo está mudando. E nós discutindo estádios para a Copa.




Exemplos inspiradores
 As Olimpíadas de 2008 foram para a China o momento de exibição ao mundo de seu majestoso desenvolvimento em apenas três décadas. As de 2004, em Atenas, semearam a ruína econômica da Grécia.
 Estão ai exemplos inspiradores. O pré-sal não fará diferença, se o país só tiver 17 patentes por 100 mil habitantes, contra 1.285 da Coréia do Sul, 615 nos EUA, 104 das Rússia. Ou formar 32 mil engenheiros/ano, contra a demanda de 60 mil. O pré-sal, no melhor cenário, pagará a conta das festas. Mas não transformará o país.

Inflação fora de controle?

A inflação acumulada nos últimos 12 meses, medida pelo IPCA, passou de 6,5%. Rompeu, portanto, o topo da meta do Banco Central (BC). Ao que tudo indica, ela deverá subir ainda mais nos próximos meses. Diante desse quadro preocupante, o governo abusa da retórica, mas faz pouco para domar o dragão. O BC, que não possui independência legal no Brasil, aposta em uma inflação migrando para o centro da meta em 2012. Seu presidente, Alexandre Tombini, chegou aafirmar que a medida do governo, de impor à BR Distribuidora uma redução de preço doscombustíveis, ajuda acombater ainflação. O ministroGuido Mantega pediu que empresários não repassassem aumentos dos custos. Será que voltamos aos tempos do congelamento de preços, que ataca o sintoma e não as causas da inflação? Qual será o próximo passo? Resgatar os famosos fiscais do Sarney?

O governo tem jogado a culpa da inflação emfatores exógenos, como a alta das commodities. É verdade que seu preço subiu bem nos últimos meses, oque também colaborou para o crescimento da economia brasileira, abundante em recursos naturais. Mas não é correto limitar o problema a este fator. Os preços ligados ao setor de serviços subiram ainda mais que a média geral, chegando perto de 9% nos últimos 12 meses. O que está causando esta acelerada alta dos preços então?

Como sabia Milton Friedman, a inflação é sempre um fenômeno monetário. Os demagogos já culparam até a ganância dos empresários, ou choques de oferta fora do controle dos governos, mas o fato é que nada disso produz aumento generalizado dos preços. Quando isto ocorre, é porque há aumento da base monetária e do crédito na economia. Eambos são controlados pelo governo. A inflação é uma deliberada política de governo. Esta é a “herança maldita” que o governo Lula deixou para sua sucessora, que pouco tem feito para contornar o problema. Os gastos públicos explodiram nos últimos anos de mandato do presidente Lula, e o“corte” de R$ 50 bilhões anunciado pela presidente Dilma representa, na verdade, um aumento de gasto em relação a2010, pois corta em cima de um orçamento inflado. Ogoverno deveria efetivamente reduzir, de forma significativa, seus gastos explosivos. Além disso, aexpansão de crédito segue em ritmo irresponsável. O BNDES, que utilizou o argumento de medida anticíclica para aumentar absurdamente seus desembolsos durante a crise, não pisou no freio agora que a economia já está claramente aquecida, quiçá superaquecida. A demanda segue firme, a economia se encontra em pleno emprego e pode-se falar até mesmo em apagão de mão de obra em certos setores.

Para piorar a situação, o governo não apresentou uma única reforma estrutural, como a previdenciária, trabalhista ou tributária, que permitisse um choque de produtividade ao país. Os investimentos em infraestrutura e educação continuam pífios e de péssima qualidade. O modelo de expansão calcado em crédito e consumo está perto do esgotamento, e os gargalos levam justamente ao aumento da inflação. A economia brasileira pareceum carro popular a150km/h em uma estrada esburacada, trepidando e com parafusos começando a se soltar. E há no governo quem pense que a solução é acelerar mais! O BC fica de mãos atadas neste contexto. Suas medidas macroprudenciais são uma aposta incerta, e contar com aqueda do preço das commodities é arriscar demais. Até porque uma correção das commodities poderia ser benéfica para a inflação, mas uma queda drástica poderia deteriorar nosso cenário econômico. Afinal, ele depende muito da melhora dos termos de troca, i.e., da alta do preço dos produtos que exportamos em relação ao que importamos. O governo deveria tomar cuidado com aquilo que deseja.

Para quem possui apenas um martelo, tudo se parece com um prego. Uma vez que ogoverno não faz sua parte, oúnico instrumento que o BC tem para atuar contra a inflação é a taxa de juros, além do compulsório dos bancos. Não existe mágica, ao contrário do que pensam os industriais da Fiesp.

 Manter a taxa de juros artificialmente baixa é permitir a volta do dragão inflacionário, o pior imposto para os mais pobres. Em um país com trauma de inflação e economia indexada, aceitar “um pouco mais” de inflação é brincar com fogo ao lado de um barril de pólvora. Nada recomendável. A credibilidade de um banco central é crucial para ancorar as expectativas inflacionárias. Enquanto o governo ficar somente no discurso, os agentes de mercado terão motivos para receio. A pergunta é legítima: será que a inflação está saindo do controle?

Autor(es): agência o globo: Rodrigo Constantino
O Globo - 17/05/2011

Embraer internacionaliza produção para crescer na aviação executiva



GENEBRA - A Embraer tem avançado a passos largos no mercado global de aviação executiva. A fabricante brasileira já é a terceira maior do mundo nesse segmento, dominado há décadas por empresas europeias e da América do Norte. Em 2010, um a cada cinco aviões vendidos no mundo foi fabricado pela empresa brasileira e o jato Phenom 100 passou a ser o aparelho mais vendido do mundo.

Para conquistar uma fatia ainda maior do mercado e se transformar em líder até 2015, a empresa já transfere para os Estados Unidos e China parte de sua produção, para estar mais próxima do mercado consumidor, e internacionaliza sua cúpula, até hoje dominada por executivos nacionais. Além disso, US$ 100 milhões ainda estão sendo investidos para montar centros de atendimento para os donos desses jatos em todo o mundo.
Há quinze dias, o americano Ernest Edwards, que era responsável pela área de vendas da empresa na América do Norte e Caribe, assumiu a vice-presidência para o Mercado de Aviação Executiva, substituindo a Luis Carlos Affonso.

Com sete jatos executivos em seu portfólio, a Embraer não disfarça a dificuldade do período de crise. Na empresa, todos admitem que a crise não acabou e que uma recuperação de vendas ocorrerá apenas a partir de 2012.

Mas a companhia destaca que ganhou uma nova parcela do mercado nos últimos anos. Em 2005, quando vendeu seu primeiro avião executivo de pequeno porte - o Phenom -, a Embraer tinha apenas 2,5% do mercado mundial no setor. Cinco anos depois, já são 200 Phenoms em operações, além de 99 Legacys.

Participação maior. No total, 19% de todas as vendas de aviões executivos no mundo em 2010 foram abocanhados pela Embraer. O Phenom 100 ainda foi o jato mais vendido do mundo no ano, com cem unidades, cada uma no valor de tabela de US$ 3,9 milhões.
O bom desempenho do modelo permitiu que um total de 146 jatos da empresa fossem entregues em 2010. No ano, apenas a Bombardier (com 24% do mercado) e a Cesna (com 21%) mantiveram vendas superiores às da empresa brasileira.

Para este ano, a Embraer projeta a entrega de um número menor - 118 aviões. Mas a companhia aposta em sua estratégia de internacionalização como forma de estar mais próxima ao cliente.
"O plano é de trazer a Embraer aos mercados consumidores", explicou Edwards, sobre sua estratégia. Para isso, a divisão de jatos executivos estará baseada na Flórida, Estado que concedeu subsídios à empresa brasileira para instalar uma fábrica nos Estados Unidos, inaugurada este ano. Outros quatro Estados norte-americanos foram consultados sobre as facilidades que dariam à empresa.
A planta na cidade de Melbourne, na Flórida, deve montar seu primeiro Phenom até o final do ano. Com 200 empregados, ela contou com investimentos de US$ 50 milhões. "O nosso centro de gravidade vai para Melbourne", disse Edwards.

A aposta é de que, ao trazer a Embraer para mais perto do maior mercado consumidor do mundo, a empresa possa ter facilidades em mostrar seus jatos aos potenciais compradores, sem ter de trazê-los ao Brasil.
A empresa garante que os aviões continuarão a ser fabricados no Brasil em sua grande maioria, e que a Flórida seria apenas um local de montagem. Os componentes também continuariam a ser enviados das instalações brasileiras.

Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo

terça-feira, 10 de maio de 2011

Diretor presidente da Gafisa renuncia ao cargo




SÃO PAULO – O então diretor presidente da Gafisa, Wilson Amaral, renunciou ontem ao cargo, mas deve compor o conselho de administração da empresa. Ele não detalhou os motivos de sua saída. A informação foi confirmada hoje pela assessoria de imprensa da construtora e incorporadora.

A partir desta terça-feira, o cargo será ocupado interinamente por Duílio Calciolari, que manterá as funções de diretor financeiro e de relações com investidores.

“Duilio é meu colega profissional há mais de dez anos e não consigo pensar em ninguém melhor que ele para dar continuidade à Gafisa enquanto buscamos um CEO permanente, ao mesmo tempo em que passo a dedicar mais tempo ao conselho de administração”, disse Amaral, em nota, sem dar mais detalhes.

(Ana Luísa Westphalen | Valor)

Mudança na política comercial da Hypermarcas não agrada analistas do Citi



SÃO PAULO - Os analistas do Citigroup não receberam bem a mudança na política comercial da Hypermarcas (HYPE3), que já trouxe impactos negativos no resultado da companhia no primeiro trimestre deste ano e foi o principal assunto da teleconferência promovida pela empresa na última segunda-feira (9).
A recomendação para os papéis da empresa segue como compra, e o preço-alvo foi mantido em R$ 27,00, valor que representa um upside (potencial teórico de valorização) de 49,01% em relação a cotação do último fechamento.
Para os analitas Carlos Albano e Marcio Kawasaki, os números reportados pela companhia são muito fracos e abaixo das expectativas, principalmente por conta da importante mudança na política comercial da empresa. Tal mudança traz um novo risco para a tese de investimento, e as ações da Hypermarcas provavelmente devem ficar pressionadas no curto prazo.

Efeitos da mudança na política comercialA partir da teleconferência sobre os resultados da Hypermarcas, os analistas ficaram com uma visão “ligeiramente mais negativa” das perspectivas de curto prazo da empresa. Isso porque a dupla acredita que a nova política comercial da empresa deverá impactar negativamente os resultados da companhia ao longo dos próximos trimestres, com redução das taxas de crescimento orgânico.
Embora os analistas concordem com a empresa na percepção de que essa queda deve ser compensada pelas margens maiores, eles não estão certos se tais margens conseguirão contrabalancear o crescimento menor de maneira integral. Além disso, a nova política também traz os já citados riscos para a tese de investimento da companhia.
Por fim, outro impacto negativo desta mudança na política comercial da Hypermarcas estaria na percepção dos investidores sobre a companhia. “Uma grande mudança na estratégia da companhia sem qualquer aviso prévio para o mercado, também afetou a visão dos investidores sobre a empresa”, afirmam os analistas.


Tendência?A dupla destaca que a Hypermarcas atribuiu essa mudança na sua política comercial - com menores prazos de pagamentos e menos descontos para os clientes - a uma perspectiva macroeconômica mais restrita, com objetivo de obter um melhor equilíbrio entre crescimento e lucratividade.
Com a mudança, os analistas avaliam que no primeiro trimestre deste ano os grandes distribuidores de alimentos e medicamentos optaram por consumir seus estoques ao invés de realizar novas compras, fato que está por trás do fraco desempenho da empresa no período citado. “Nós não achamos que isso deverá ser uma tendência”, afirma a dupla.

Visão alternativaOs analistas do Citi oferecem uma visão alternativa para essa nova política da Hypermarcas, com a empresa tendo uma visão mais forte de suas marcas. Desta forma, após todos os investimentos em mídia e com o atual posicionamento nos pontos de venda, as marcas da empresa estariam fortes o suficiente para que os grandes distribuidores necessitem comprar os produtos da Hypermarcas.
Nesse caso, com a demanda dos clientes por conta da força das marcas, e dependendo da resposta dos grandes distribuidores, os analistas avaliam que a taxa de crescimento poderá ser a mesma que no passado, mas a com um aumento da rentabilidade ao longo do tempo.

Infomoney

segunda-feira, 9 de maio de 2011

FECHAMENTO:JUROS MANTÊM QUEDA, MESMO COM RECUPERAÇÃO DE COMMODITIES

As taxas de juros de prazos intermediários e longos começaram a semana
dando sequência à trajetória de queda com que encerraram a sexta-feira, quando a surpresa
com a desaceleração do IPCA em abril extirpou prêmios dos contratos futuros. O movimento
manteve-se mesmo diante da reversão da baixa das commodities no exterior e foi embalado
por novos sinais de que a inflação nos próximos meses deve desacelerar. No noticiário, a
pesquisa Focus trouxe recuo em algumas medianas de IPCA, refletindo os ajustes feitos pelos
analistas após o IPCA de abril, enquanto a CNI revelou que a indústria em março sofreu
desaceleração do uso da capacidade instalada.

Ao término da negociação normal da BM&F, o DI janeiro de 2013 (150.450 contratos) cedia
para 12,53%, de 12,56% no ajuste anterior, enquanto o DI janeiro de 2012 (99.125 contratos)
marcava 12,28%, de 12,29% no ajuste. Nos longos, o DI janeiro de 2017 (19.485 contratos)
projetava 12,38%, de 12,45%, e o DI janeiro de 2021 (8.140 contratos) regredia para 12,29%,
de 12,38% no ajuste de sexta-feira.

Após uma manhã em queda, as taxas aceleraram para as mínimas no meio da tarde, após a
divulgação dos indicadores industriais da CNI. Segundo a entidade, a Utilização da
Capacidade Instalada (UCI) recuou de 83,4% em fevereiro para 82,4% em março. Segundo a
CNI, na média do primeiro trimestre do ano, a UCI também operou a 1 ponto porcentual
abaixo do trimestre anterior. Segundo a entidade, o resultado pode ser explicado pela
ocorrência do carnaval, em março. "A indústria cresce no primeiro trimestre de 2011 a um
ritmo inferior que o do ano passado. Entre as causas estão o fim dos estímulos dados na
crise, a acomodação da economia e o ciclo de elevação dos juros e de medidas
macroprudenciais", disse o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.
Além disso, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje que o preço do etanol
começará a cair a partir de hoje nos postos. "A partir de hoje, poderemos perceber nitidamente
a redução do preço do etanol na bomba", disse o ministro. Na semana passada, os preços do
etanol recuaram 20% nas usinas.

Pela manhã, a pesquisa Focus mostrou que a mediana de IPCA 2011 caiu de 6,37% para
6,33%, enquanto no horizonte de 12 meses passou de 5,34% para 5,27%. Para 2012, a
mediana permaneceu em 5%. Sobre a Selic, a projeção para o final de 2012 subiu de 12,00%
para 12,25%, e manteve-se em 12,50% ao final de 2011.
Em Nova York, o petróleo recuperou parte das perdas da semana passada, com as cotações
baixas atraindo os compradores. O contrato para junho subiu 5,53%, para US$ 102,55 o barril.
A caça às pechinchas estimulou ainda reação positiva dos metais e algumas commodities
agrícolas também fecharam em alta.

AE

Ações de TAM e Gol estão excessivamente baratas, alerta HSBC



São Paulo – A recente alta no custo dos combustíveis não deve afetar significativamente os resultados das companhias aéreas Gol (GOLL4) e TAM (TAMM4). O que poderia exercer peso no desempenho operacional das empresas no primeiro trimestre será compensado pelas boas condições do mercado e as taxas de ocupação crescentes no período, conforme projeta o analista do HSBC, Luciano Campos.

“Esperamos que os resultados confirmem nossa tese de que as condições do mercado brasileiro e o real forte podem ajudar a Gol a expandir margens em 2011, apesar das pressões do preço de combustíveis observadas até agora”, diz o analista. Ele projeta que o lucro líquido apresente uma alta de 379% em relação ao mesmo período de 2010, atingindo 115 milhões de reais. Os números da companhia serão divulgados no dia 10 de maio, após o fechamento do mercado.

Para a concorrente TAM, Campos prevê números mais equilibrados. “No lado positivo, vemos a melhoria na taxa de ocupação e uma possível redução no custo operacional por assento/quilômetro voado (cask), exceto combustível. No lado negativo, uma queda de aproximadamente 5% no indicador das tarifas cobradas aos passageiros (yield), quando os preços do petróleo subiram em torno de 19%, levando a uma margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) muito pequena, apesar do sólido desempenho na linha de receitas”, projeta.
A TAM divulgará seu desempenho referente ao primeiro trimestre do ano no dia 16 de maio, antes da abertura do mercado.


Ações que podem decolar

O analista Luciano Campos também sugere que as ações de TAM e Gol parecem excessivamente descontadas. “No entanto, preferimos a Gol. Nossa escolha tem suporte na qualidade dos resultados projetados à companhia nos primeiros três meses de 2011”, diz.

As ações da Gol são negociadas a um múltiplo VF/Ebitdar (valor da empresa/geração de caixa) de 7,1 vezes, segundo as projeções do analista para 2011. “Este nível é apenas 4,4% superior ao piso de cinco anos (6,8x) registrado durante a crise financeira de 2009”, lembra Campos. Os papéis da TAM são negociados em 6,1 vezes o mesmo múltiplo, um nível aproximadamente 7,5% abaixo do piso de cinco anos (6,6%), também registrado durante a crise financeira há dois anos.

O HSBC tem recomendação de compra aos papéis de ambas. O preço-alvo (dez/11) para as ações preferenciais da Gol é de 33 reais, um potencial de valorização de 50,4%. Para os papéis preferenciais da TAM o preço-alvo (dez/11) estimado é de 42,50 reais, o que representa um potencial de ganhos de 28,7%
Em 2011, as ações da Gol registram desvalorização de 11,8%, enquanto os ativos da TAM desvalorizam 9,9%; desempenhos similares ao do Ibovespa, que amargam o terreno vermelho em 2011, com queda de 7,2%.

Portal Exame